sexta-feira, 17 de outubro de 2014

A um amigo acerca do acidente em Santa Maria-RS

Quem nunca tiver pecado, que atire a próxima pedra!

Considerações a um amigo virtual acerca do acidente em Santa Maria - RS

Amigo Estéfano, realmente tudo isso é muito doloroso. Porém, não diria que a lei de causa e efeito seja para punir. Diria antes, que ela é o ancoradouro do equilíbrio e da harmonia suprema do universo servente  a nosso dispor no processo de elevação.

Todos vimos a este mundo com uma missão muito clara. Todos sabemos perfeitamente o quê, quando, onde e como nos ocorrerá o retorno. Porém, como isso só está gravado apenas em nosso inconsciente (memoria do espírito), vamos levando a vida com o doce e maravilhoso esquecimento do passado. Somente na esteira cotidiana do sono profundo, quando deixamos nossa veste carnal largada ao restabelecimento de forças anímicas e volvemos olhar libertador ao plano da espiritualidade - nosso mundo original - é que, conforme mérito e estado vibracional, podemos dialogar e refletir acerca do tempo que nos resta, condições de prova etc.

Isso justifica o fato de muitos, dias ou horas antes do desencarne, mostrarem-se tristes e depressivos e outros, de modo contrário, em estado de alegria, como  que se despedindo; organizando as coisas, colocando tudo em dia para viajar. Em geral, os primeiros ficam tristes e até desesperados porque apegados aos fortes laços carnais que os jungem com a materialidade por meio de inclinações viciosas e sentimentos inferiores, desde já começam a pressentir as forças negativas que o circundam e sua impossibilidade de entrada em planos superiores de regeneração. Forças que eles mesmos criaram para si pela simples ação de escolha na liberdade suprema de arbítrio. Outros, porém, apresentam tristeza não pelo aspecto negativo  de inferioridade, mas pelo simples fato de ter que enfrentar o desafio da qualidade da prova a que deverão passar. A dor e, principalmente o a dor emocional de fazer os outros passarem pela dor, faz com que essas pessoas antecipem desculpas, medo e sentimento de remorso.

Os laços que se constroem por meio de ligações fluídicas entre nós, enquanto espíritos encarnados e desencarnados, jamais se apagam e é bem provável sim que tais espíritos irmãos que ocuparam no passado corpos na pátria alemã e que, por circunstâncias sociais das mais diversas, serviram a mando nazista na 2ª grande guerra, tenham reencarnado no Brasil nos últimos 30 anos. E é bem possível também que muitos pudessem estar no interior daquela boate. E por que não? Mas não nos interessa esmiuçar o assunto. Apenas nos cabe refletir no fato de que muitas das coisas a que consideramos más são, por perspectivas diferentes, boas. A lei de causa e efeito é enfática. "Faça ao outros o que gostaria que fizessem a você". 

Mas o Brasil é a grande pátria do resgate mundial, porque aqui nós nos misturamos e nos amamos de forma mais perfeita, como uma grande família. Negros, brancos, amarelos, pardos, indianos, egípcios, arianos, mouros, norte americanos, hebreus, árabes, cristão, mulcumanos, todos convivendo com naturalidade e no esforço em domar nossas inclinações pestilentas do passado que certamente fôramos muito ao contrário do que defendemos hoje. Porque a cada oportunidade de reencarnação tornamos nossa vida – quando assim primamos para o bem -, um conjunto de melhorias e conquistas inimagináveis. Todos que nascemos e nascermos nesse país, temos uma parcela de trabalho com vistas a torná-lo o grande berço da verdadeira prática do evangelho de Jesus. Assim precisamos nos preparar para recebermos em futuro próximo milhões de irmãos necessitados de amor e consolo espiritual. 

Desse modo, todos os irmãos que passaram por tal prova coletiva e outros demais que ainda estão nos leitos de hospitais, cada um, quando em pretérito pré-encarnatório, diante do remorso e da consciência do erro, lançara-se a esse ato de amor e entrega como forma de quitar com a própria consciência em trauma. Enquanto cá choramos, por ainda não aprender a sorrir diante da dor, reforçando assim a verdadeira fé que deveríamos ter (e provamos cada vez mais que não a temos), quando na oração dominical dizemos a nosso pai: “que seja feita a vossa vontade, tanto na terra como no céu”, lá eles sorriem e são recebidos de braços abertos, do mesmo modo a que recebemos familiares e amigos quando no retorno para casa. 

Não nos cabe, desse modo, julgar quem quer que seja pelas mazelas cometidas no passado e no presente. Não podemos nos esquecer que ainda estamos em um mundo de provas e expiações, apesar das transformações para um mundo de regeneração a que o planeta pouco a pouco deu início. Somos todos seres do erro. De algum modo, se aqui estamos, não viemos para passar férias, mas para trabalhar tanto no labor do corpo quanto do espírito e esse trabalho se chama amar. Contudo, somos corajosos por nos propor a enfrentar, seja de modo individual ou coletivo, o desígnio que nós mesmos esperamos inconscientemente encontrar.

Nossos irmãos partiram primeiro porque assim o escolheram. Porque assim tiveram a coragem de enfrentar a prova, cara a cara, do mesmo modo como muitos de nós que ainda cá estamos aguardamos na expectativa da hora que nos chega.

Novamente digo, não nos cabe julgar quem quer que seja por suas mazelas cometidas no passado e no presente. Lembremo-nos apenas o sublime exemplo do glorioso e misericordioso mestre Jesus, que – diante da população enfurecida e armada de pedras –, com apenas um risco na areia, intercedeu pela pobre mulher que já se debatia sob o açoite dos golpes de pedras e palavras:

Parem irmãos! "quem nunca tiver pecado, que atire a próxima pedra"!

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